Excelente é isso mesmo SQL SERVER rodando em plataforma Linux.
Um assunto que pegou até os MVPs de Data Plataform desprevenidos, pois muitos não tinham ideia de que isso poderia acontecer. E mesmo com inúmera incógnitas, não podemos deixar passar em branco o assunto especulado a anos por ambos os lados da comunidade Linux x Windows.
Microsoft parece animada com a multiplataforma do produto, porém alguns itens ainda não sabemos como funcionaram;
- Quais serão as funcionalidades suportas pelo produto. Será todo o core da engine relacional? Integration Services?
- Hekaton, Columnstore, e outras funcionalidades que estão brilhando, estarão incluídas?
- Teremos Enterprise, Standard e todas as outras edições?
- Os releases serão sincronizados ou podemos esperar uma defasagem de funcionalidade entre SQL Server do Windows e Linux?
- Como será o SQL Server Agent? Controlaremos nossos jobs pela cron?
- Quais serão as distribuições de Linux suportadas? Suse?
- Suportaremos quais file systems? Ext3, ext4, reiserFS, XFS?
- Quais serão as ferramentas? Vamos ter o SSMS on Linux? Visual Code será suficiente? Vamos usar IDEs como Eclipse?
- Haverá interoperabilidade entre plataformas? Isto é, um backup de um banco no Linux pode ser restaurado em um SQL Server rodando no Windows?
- Teremos 100% de compatibilidade no T-SQL?
- Como fica integração com o CLR?
- Diferente do Windows, onde o SQL Server não alterada nada no kernel do SO, será que teremos compilações de kernel específicas para o SQL Server?
- Vão abrir o código fonte do SQL Server? (Aqui eu aposto contra…)
O que nós sabemos:
- O produto está em preview, então não é vaporware.
- Portanto não esperamos declarações infelizes, como o Bob Evans da Oracle fez no passado, comentando sobre Hekaton (https://blogs.technet.microsoft.com/dataplatforminsider/2012/11/20/oracle-surprised-by-the-present/).
- General Availability está programada para meados de 2017, isto é, mais de um ano para frente.
- Primeiramente devemos ver o SQL Server com Red Hat e Ubuntu.
Ficou claro que a listagem de dúvidas é muito maior que a de certezas, o que não deixa o assunto menos interessante. O que é mais legal e me deixa motivado, é que teremos a possibilidade de acompanhar o SQL Server em uma nova jornada, podendo analisar e aprender com os acertos e erros da Microsoft e seus desenvolvedores. Então elucubro sobre alguns pontos…
- Fica evidente mesmo para os mais míopes, o que já sabemos: “Data is the core asset now.” Mr. Nadella said. (tradução: Os dados são o principal ativo agora.)
- Linux é um grande sistema operacional e com um market share significativo. Estar presente nele representa uma oportunidade para a Microsoft e, claro, para todos os DBAs SQL Server. O que não significa que o SQL Server irá se comportar melhor.
- As empresas poderão optar por ter um excelente banco de dados (veja prosa abaixo) mesmo que esteja com seus servidores rodando Linux. O poder de escolha é importante para o negócio, e caso a Microsoft garanta compatibilidade do T-SQL e boa integração entre plataformas, a migração Windows -> Linux pode ser facilitada.
- Será possível fazer comparações efetivas de desempenho entre o SQL Server e outras engines rodando com mesmo sistema operacional e hardware. Só isso já vale o ingresso, a comparação efetiva de engines ou funcionalidades específicas, sem ficar com discursinho de que se fosse no Linux o resultado seria outro.
- Muitos DBAs SQL Server vão ter que aprender Linux e isso fará com que eles estudem e comparem as plataformas. Saber as diferenças e como explorar os pontos fortes de cada sistema operacional vai te deixar um melhor profissional. O que não significa que será melhor ou mais fácil… Por exemplo: deixe de agendar seus jobs com o SQL Server Agent e passe a usar a cron. Ou melhor, tente criar no Linux um monitor de desempenho como faz no Perfmon, cruzando dados de sistema operacional (memória, processos, processadores, I/O, rede), com contadores do SQL Server (access methods, buffer manager, SQL Statistics).
- Poderemos observar a qualidade do código produzido pela Microsoft para suportar diferentes sistemas operacionais. Será que ela fará melhor ou vou encontrar listas gigantescas de correções como eu vejo no DB2 LUW?
Hoje temos o DB2 e Oracle com mais funcionalidades que o SQL Server, algumas sensacionais que eu gostaria de ver no SQL Server, além da possibilidade de fazer ajustes finos em diversas configurações (mesmo que quase ninguém o faça). Já no SQL Server eu vejo uma engine mais concisa e muito eficiente, e um produto que está se adaptando mais rápido às inovações/pesquisas de banco de dados (talvez por não ter que manter diferentes SOs), o que pode ser um diferencial nos próximos anos.
Vejo na nova direção da Microsoft, abraçando o Linux e open source, a possibilidade de muitos de nós sair de um casulo dentro de uma plataforma e até de abraçarmos modelos diferentes. Quem sabe no futuro veremos menos gastos com uma cadeia gigantesca de vendedores, minimizando o custo do licenciamento, melhorando o serviço de suporte e focando no que realmente importa: a qualidade dos produtos e resolver os problemas dos clientes.
Por fim, espero sinceramente que o maior benefício seja produzirmos comparações de qualidade, discussões inteligentes e que isso traga maior maturidade para TODOS os profissionais que trabalham com banco de dados. A aproximação da Microsoft com o Linux deve fazer com que DBAs SQL Server se aproximem de outras engines e também trazer DBAs Oracle/DB2/PostgreSQL para explorar um pouco do SQL Server, quebrando mitos e preconceitos.
Quero poder discutir e testar se o completely fair scheduler (wikipedia.org/Completely) é realmente ruim para máquinas com banco de dados que não adotam um modelo cooperativo de escalonamento (como eu acredito ser). Quero poder falar sobre configurações do SO (ex.: swapiness, huge pages), ou se a implementação do Vectored I/O (wikipedia.org/Vectored) no Linux realmente não é a ideal (como eu já soube), tudo isso sem esbarrar na barreira de minha versus sua plataforma de banco de dados ou sistema operacional.
Estamos vivendo tempos excitantes no mundo dos bancos de dados e essa mudança dentro da Microsoft e com o SQL Server eu quero assistir de camarote. Pode ser que ninguém adote o "novo" produto, pode ser que o desenvolvimento falhe espetacularmente e venha com muitos bugs ou péssimo desempenho, ou que as ferramentas não sejam tão interessantes como as que temos hoje. Ou pode ser que o SQLOS ofereça uma abstração fantástica e o produto se adapte muito bem em um novo SO, deixando muita gente de queixo caído. Seja qual for o resultado desse movimento, com certeza ele trará muito aprendizado.
Quer acompanhar de perto também?
Se cadastre no preview e acompanhe o evento Data Driven onde provavelmente vão falar sobre o assunto.
Se cadastre no preview e acompanhe o evento Data Driven onde provavelmente vão falar sobre o assunto.
- https://www.microsoft.com/en-us/server-cloud/sql-server-on-linux.aspx
- https://www.microsoft.com/en-us/server-cloud/data-driven.aspx
Seria legal também ouvir comentários de profissionais Oracle, DB2, Postgres…
E aí, acham que isso vai vingar?
Tem curiosidade com o que está por vir ou não vai fazer a menor diferença no mercado?
Recomendamos a leitura: brentozar.com/archive/microsoft-sql-server-coming-linux
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